segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Poema tirado de uma notícia de jornal





POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL  


O jornalista e escritor Marcelo Leite Ferraz
crítico do governo bolsonaro
foi encontrado morto na última segunda-feira
em um terreno baldio na capital de Mato Grosso
com marcas de pancada na cabeça
e afundamento no crânio
Próximo ao corpo foram encontradas pedras
e um bloco de concreto com manchas de sangue







sábado, 7 de dezembro de 2019

POEMA DOS JOVENS CHACINADOS EM PARAISÓPOLIS




POEMA DOS JOVENS CHACINADOS EM PARAISÓPOLIS



Gabriel Rogerio de Moraes

Mateus dos Santos Costa

Denys Henrique Quirino da Silva

Luara Victoria de Oliveira

Bruno Gabriel dos Santos

Gustavo Cruz Xavier

Eduardo da Silva

Marcos Paulo Oliveira dos Santos

Dennys Guilherme dos Santos Franco
                                    
                                           : o pancadão que vocês dançaram não se cale nunca mais






segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A mulher



                                  A MULHER



                                 parece estar enchendo
                                 o saco com a boca
                                 e está
                                 colorida como a vida
                                 dolorida como a vida
                                 assopra
                                 para encher o saco
                                 o saco de lixo
                                 do seu carrinho de lixo
                                 assopra para que a dor da vida
                                 tão longa
                                 passe






domingo, 29 de setembro de 2019

A estranha epidemia de dança





A estranha epidemia de dança 


Em 1518, em Estraburgo, uma pequena vila francesa,
uma mulher chamada Fao Troffea,
sem motivo aparente,
começou a dançar sem parar em uma das ruas.

Após três dias dançando sem descanso,
outras pessoas começaram a dançar juntas.
Quatrocentas pessoas se juntaram aos dançantes
e dançavam sem interrupção.

Dançaram além da conta, dançaram tanto
que muitos chegaram a morrer de exaustão.
Médicos e padres foram chamados
mas a dança continuava dia e noite, noite e dia.

Chegavam a morrer quinze pessoas por dia
mas a dança continuava.
Só pararam de dançar quatro meses depois
quando muitos morreram e os outros não aguentaram  mais.