O ATOR
Um homem (morador
de rua?
Sobrevivente
por definição)
deitou-se no
meio da avenida
em frente à
Câmara Municipal.
O motorista do
ônibus freou
a dois passos
da cabeça do pobre.
A população
suspirou aliviada.
O homem
levantou-se,
levou a mão ao
chapéu
(que não
tinha)
e fez uma
vênia demorada e pausadamente
agradecendo os
aplausos
(que não
vieram).
Alguém quis
esganá-lo, alguém
pensou na polícia (apenas pensou )
e o caso foi
esquecido.
E eu escrevo
este poema
para que viva
por alguns minutos mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário