O Titanic era a metáfora do fim
do século dezenove
e início do século vinte.
Era a metáfora do progresso
tecnológico
e era a metáfora do adeus à
inocência (viria logo a
Primeira Guerra Mundial, viria a Segunda
com todas
as suas mortes tão tecnológicas).
Era a metáfora da divisão de
classes – os mais pobres
no porão, mais perto da morte.
Era a metáfora do privilégio
ostensivo e da massa
descartável.
A vida não é uma metáfora, a
morte não é uma metáfora,
o poeta não se cansa de dizer.
Deixemos a metáfora para o
Titanic, tão antimetafórico
e sem nenhuma
metafísica no fundo do mar.
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