sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

WLADIMIR HERZOG









WLADIMIR HERZOG


Wladimir Herzog não tinha nada a dizer
a seus algozes.
Recebeu as pancadas uma a uma,
sentiu o seu corpo vergar de dor
até que uma nuvem lhe cobriu olhos
e não sentiu mais nada.
As pancadas continuaram ferozes
contra o seu corpo morto.
Quem teve a ideia de pendurá-lo
numa das barras de ferro da janela
como se tivesse se suicidado?
– Um morto não se suicida.







Um comentário:

  1. Carlos Brandão, poeta e mestre: depois de tanto tempo, a verdade vem à tona. Penso numa passagem shakespereana: "o rei não está no domínio do corpo, mas o corpo está nos domínios do rei". Na luta pelos direitos humanos penso em Herzog, neste quase haicai que ofereço à liberdade de expressão:

    o corpo estava
    no domínio dos algozes
    mas os algozes não estavam
    no domínio do corpo.

    Graça Graúna

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