segunda-feira, 28 de maio de 2012

O INCÊNDIO DO GRAN CIRCO NORTE-AMERICANO


Onde era o circo que pegou fogo foi morar o profeta Gentileza.
Largou a família e o caminhão para chorar sobre as cinzas do circo.

Gentileza gera gentileza, proclamava o profeta Gentileza
e chorava desconsolado sobre o maior incêndio do Brasil.

A lona coberta de parafina pegou fogo na hora
e mais de quinhentas pessoas morreram queimadas.

Uma elefanta desesperada saiu correndo no meio da multidão,
abriu um buraco na lona e salvou meio mundo.

Ivo Pitanguy começa a ser conhecido como cirurgião plástico
remendando as vítimas queimadas no incêndio do circo.

Maria Pérola dos escoteiros vai divertir e consolar
as crianças desenganadas queimadas na tragédia do circo.

Jango escondido num canto chora os mortos e feridos
no espetáculo mais triste da terra que viu na sua vida.

A mãe leva a filha Regina para ver a girafa chamada Regina
e vê as filhas e o marido morrerem no incêndio do circo.

Os tigres, leões, macacos, girafas e elefantes sobreviveram,
e os artistas espertos que conheciam a saída de emergência.

O incêndio começou com um curto circuito ou foi um rapaz
que brigou com o porteiro e botou fogo por vingança?

Ou o rapaz foi um bode expiatório para ninguém falar
que o circo não tinha extintores nem segurança nenhuma?

Este foi o incêndio do Gran Circo Norte-Americano
que era mais gaúcho e polaco do que norte-americano.



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